01 de junho de 2016
Fiocruz desenvolve sensor ótico para câncer de colo de útero

No Brasil, o câncer de colo do útero é o terceiro tumor mais frequente entre as mulheres, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Iniciado a partir de lesões precursoras que não apresentam qualquer sintoma. Há um risco estimado de 15,58 casos a cada 100 mil mulheres e estimam-se 16.340 novos casos somente em 2016. Mas, vale resslatar, nem sempre estas lesões, decorrentes do vírus HPV, tornam-se câncer.
Para identificá-las com maior precisão e diminuir a necessidade de biópsia, o Laboratório de Comunicações Quânticas, do Centro de Estudos em Telecomunicações (Cetuc) da PUC-Rio, em parceria com o Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) e o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), iniciaram um projeto para desenvolver um sensor ótico capaz de dar suporte ao médico ginecologista no diagnóstico de câncer de colo do útero e de suas lesões precursoras.
O sensor será acoplado a um tomógrafo. Ao utilizar a tomografia ótica, chamada OCT (optical coherence tomography), o sensor, do tamanho de um acaneta, será equipado com uma câmera e uma sonda. Esta sonda permitirá um exame equivalente à microscopia, permitindo ao médico uma avaliação em tempo real do tecido do colo do útero.
A primeira fase do projeto, já em andamento, é a correlação entre as características microscópicas e as imagens tomográficas das amostras biológicas fornecidas pela equipe do IFF/Fiocruz. Ao confrontar as imagens tomográficas ao método diagnóstico habitual (microscopia ótica), será possível entender a linguagem do tomógrafo e interpretar suas imagens, estabelecendo um padrão que corresponda à doença vista na biópsia.
Na fase final do projeto, o Inmetro será responsável pela calibração e validação dos resultados. Sua função será fornecer a rastreabilidade metrológica ao sistema OCT usando seus padrões de referência e prover níveis de confiança às medições realizadas no projeto.