06 de junho de 2016
Estudo aponta que 18,5% dos adolescentes experimentam cigarro
O Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (Enrica), pesquisa inédita realizada pelo Ministério da Saúde e pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, em parceria com 33 instituições de ensino superior, constatou que 18,5% dos adolescentes brasileiros de 12 a 17 anos já experimentaram cigarro. A proporção revela que cerca de 1,8 milhão de adolescentes nesta faixa etária já usaram, pelo menos uma vez, o produto derivado do tabaco.
Apesar do número ainda alto, o dado pode indicar uma tendência de queda na experimentação de cigarro entre os adolescentes do país. Em estudos anteriores, como a Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PeNSE), de 2009, foi detectado que 24% dos adolescentes de 13 a 15 anos nas capitais brasileiras tinham tido ao menos um contato com o cigarro.
A pesquisa ouviu 74.589 adolescentes de 1.251 escolas públicas e privadas em 124 municípios com mais de 100 mil habitantes, incluindo todas as capitais. É o primeiro levantamento feito com coleta de dados de jovens entre 12 e 17 anos para fornecer estimativas nacionais sobre a prevalência de fatores de riscos cardiovasculares, tais como hipertensão arterial, dislipidemia e de síndrome metabólica. O estudo traz recortes por sexo e idade, saúde mental e comportamentos geralmente iniciados nessa fase da vida - como tabagismo, consumo de álcool e vida sexual.
O Enrica mostrou também que, independente do sexo, a prevalência de adolescentes que afirmaram ao menos uma experiência com o cigarro foi maior entre aqueles que não moravam com os pais e que referiram ter tido contato com fumante em casa ou fora. Outra constatação do estudo foi o de que as jovens do sexo feminino estudantes de escolas públicas (5,7%) fumam mais do que as de escolas privadas (3,7%).
A pesquisa foi feita por meio de um questionário dividido em 11 blocos, além de exames coletados pelos pesquisadores. Todos os adolescentes receberam os resultados de suas avaliações e, quando detectado algum problema de saúde, o adolescente foi alertado e orientado a procurar um serviço de saúde.