Uma pesquisa realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) desvendou a maneira como o bacilo causador da hanseníase engana o sistema imunológico humano. Segundo o estudo, publicado na revista científica The Journal of Infectious Diseases, o bacilo M. Leprae, responsável pela hanseníase, é capaz de se disfarçar e provocar reações que seriam comuns em células infectadas por um vírus. Isso faz com que o sistema imunológico humano aja da forma errada, comprometendo a proteção contra a infecção bacteriana.

Os pesquisadores comprovaram que a infecção por M. leprae é responsável por desencadear uma série de comportamentos nas células humanas. Uma delas é a ativação de alguns genes, o que é de extrema relevância para a sobrevivência, invasão e ocupação do espaço pela micobactéria. Na próxima fase da pesquisa, os pesquisadores pretendem caracterizar, de forma mais específica, o papel do gene OASL na persistência e replicação intracelular da M. Leprae. Para isso, eles vão investigar como essa molécula age na regulação da resposta a microbactérias.