08 de julho de 2016
Medicamentos combinados podem auxiliar no tratamento das leishmanioses
Pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) estudam o uso da combinação de dois medicamentos já disponíveis no mercado para o tratamento das leishmanioses. Os cientistas do Laboratório de Bioquímica de Tripanosomatídeos da Fiocruz publicaram um artigo sobre a pesquisa na revista Parasites & Vectors.
Apesar de terem sido criados para outras doenças, o antidepressivo Imipramina e o antifúngico Miconazol têm potencial para atuar contra os protozoários que causam a doença. Na primeira etapa de testes com esses medicamentos, a partir de culturas em células, os pesquisadores constataram que é possível que a combinação deles permita a utilização de doses reduzidas para o combate aos micro-organismos. Os produtos que já são licenciados passaram por testes de segurança que estão entre as etapas mais difíceis e caras do desenvolvimento de fármacos. Por isso, o reposicionamento de medicamentos é uma estratégia importante na busca por novas terapias.
As leishmanioses são causadas por diferentes espécies de parasitos do gênero Leishmania e podem se apresentar na forma cutânea, mucosa ou visceral. Em todos os casos, o tratamento costuma ser feito com antimoniais pentavalentes, remédios que podem causar diversos efeitos colaterais nocivos, inclusive danos ao coração, fígado, pâncreas e rins. Quando os parasitos se mostram resistentes a esses medicamentos, é preciso recorrer a outros ainda mais tóxicos, como a anfotericina B e a pentamidina.
Esse estudo ainda está na fase inicial, porém, os pesquisadores consideram que os resultados são animadores. Outros aspectos ainda precisam ser verificados nas próximas etapas do trabalho e antes que o tratamento possa ser feito em pacientes afetados pelas leishmanioses.