13 de julho de 2016
Jogos Olímpicos: quais os riscos e como se prevenir de doenças transmitidas por mosquitos

Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos serão realizados durante o inverno no Rio de Janeiro, quando o tempo mais fresco e mais seco reduz as populações de mosquitos, de modo que o risco de infecção por doenças transmitidas por mosquitos estará em seu nível mais baixo. Além disso, desde janeiro de 2016, as autoridades do Rio de Janeiro têm executado um programa extenso de atividades de controle de vetores e estão intensificando essas atividades até a realização dos Jogos.
Mas embora o risco de doenças transmitidas por mosquitos seja menor, a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) recomenda aos viajantes medidas de proteção pessoal como o uso de roupas que cubram o máximo possível do corpo durante o dia. Além de repelentes contendo DEET (N N-dietil-3-metilbenzamida), IR 3535 ou icaridina, que possam ser aplicados na pele exposta ou nas roupas.
Além destas duas principais recomendações, a OPAS orienta, ainda, ficar alojados em locais limpos com água encanada e barreiras físicas, como telas em janelas e portas adequadas para evitar que os mosquitos entrem nos quartos, dando preferência a acomodações com ar condicionado (onde as janelas e portas costumam ser mantidas fechadas para impedir a saída de ar frio, de modo que os mosquitos não possam entrar nos quartos).
Zika vírus
Além da febre amarela, os mosquitos Aedes transmitem a doença do vírus zika, chikungunya e dengue. Em geral, a infecção pelo vírus zika causa um quadro clínico leve e a maioria dos casos de infecção pelo vírus é assintomática. Porém, após um surto do vírus zika no Brasil em 2015 e sua propagação posterior pelas Américas, foi observado um aumento incomum no número de distúrbios neurológicos graves nos filhos de mulheres grávidas infectadas, incluindo casos de microcefalia e malformações neurológicas congênitas, além de casos de Síndrome de Guillain-Barré em adultos.
Natural, portanto, que a preocupação maior seja com esta doença. Especificamente em relação ao Zika vírus, além das recomendações citadas acima, a OPAS orienta a prática de sexo seguro durante pelo menos oito semanas após seu retorno de regiões onde esteja ocorrendo a transmissão do vírus zika e a não doarem sangue durante pelo menos quatro semanas após seu retorno. Para as mulheres grávidas, o conselho da organização é para que não viajarem a áreas onde esteja ocorrendo a transmissão do vírus zika, inclusive o Brasil.
As mulheres que, inadvertidamente, engravidaram ou que descobrem a gravidez depois de voltar do Brasil e/ou outras áreas com transmissão do vírus zika em curso devem procurar um serviço de saúde. Mulheres grávidas cujos parceiros sexuais residam ou voltem de áreas de conhecida transmissão local do vírus zika devem praticar sexo seguro ou se absterem de sexo durante toda a gravidez.