De acordo com especialistas do Brasil, da Colômbia e da Argentina, o conjunto de anormalidades observadas em fetos que contraíram zika e o possível nexo causal com a infecção pelo vírus sugerem o aparecimento de uma nova síndrome congênita. Os profissionais se reuniram esta semana, em Recife, com representantes da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) e dos Centros de Prevenção e Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC). O objetivo do encontro foi investigar os detalhes da infecção pelo vírus zika e seus efeitos sobre o feto.

As informações sobre as complicações decorrentes da infecção pelo vírus zika ainda é limitada, e os cientistas planejam compartilhar dados sobre diagnóstico, descrição, consequências, processos físicos e análise de evidências de clínicos e pesquisadores a respeito das principais descobertas que fizeram até o momento. Segundo o gerente de incidentes da OPAS para zika, Sylvain Aldighieri, o objetivo dos especialistas é dar assistência aos países no fortalecimento da vigilância do zika e Síndrome da Zika Congênita, além de aperfeiçoar a preparação para lidar com a Síndrome de Guillain-Barré nos serviços de saúde.

Segundo ele, a relação espacial e temporal de zika e Síndrome de Guillain-Barré é evidente em muitos países. Já o Representante Adjunto da OPAS/OMS no Brasil, Luis Codina, disse que após quase um ano de trabalho de vários grupos de pesquisadores, existe certo consenso de associar zika não apenas com microcefalia, mas com outros aspectos da síndrome congênita.

O encontro desta semana foi organizado pela Unidade Técnica de Família, Gênero e Curso de Vida da representação do organismo regional no Brasil.