Uma pesquisa do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) alertou para a importância de se amamentar os bebês em sua primeira hora de vida. Segundo o estudo, cerca de 77 milhões de recém-nascidos – ou um a cada dois bebês – não são amamentados durante a primeira hora após o parto.

Segundo a instituição, fazer com que o recém-nascido espere muito tempo pelo primeiro contato com sua mãe fora do útero diminui suas chances de sobrevivência, limita a produção de leite e reduz a probabilidade da amamentação exclusiva. O Unicef estima que, se todos os bebês fossem alimentados exclusivamente com leite materno desde o momento do seu nascimento até os 6 meses de idade, mais de 800 mil vidas seriam salvas a cada ano. Apesar disso, dados mostram que os progressos para se ter um maior número de recém-nascidos amamentados na primeira hora de vida têm sido lentos nos últimos 15 anos.

De acordo com O Unicef, quanto mais tempo o bebê demora para começar a ser amamentado, maior é o risco de morte em seu primeiro mês de vida. O atraso de 2 a 23 horas após o parto aumenta em 40% o risco de morte nos primeiros 28 dias de vida, e o atraso por 24 horas ou mais aumenta esse risco em 80%.

A análise realizada pela instituição mostra que o atraso está acontecendo porque as mulheres não estão recebendo a ajuda de que necessitam para iniciar o aleitamento imediatamente após o nascimento, mesmo quando um médico, enfermeiro ou parteira assiste o parto. Além disso, alimentar os bebês com outros líquidos ou alimentos também atrasam a amamentação. Em muitos locais é costume alimentar o bebê com fórmula infantil, leite de vaca ou água com açúcar nos três primeiros dias de vida, o que faz com que os bebês mamem com menos frequência, atrapalhando a amamentação.

No mundo, somente 43% dos bebês com menos de 6 meses são alimentados exclusivamente com o leite materno. No entanto, qualquer quantidade de leite materno já ajuda a reduzir os riscos de morte para a criança.