18 de março de 2013
Hospital Estadual da Criança realiza as primeiras cirurgias ortopédicas
Crédito: Maurício BazílioUma semana foi o tempo que durou a espera de onze pacientes que, há anos, ansiavam para realizar uma cirurgia. Inaugurado no início deste mês em Vila Valqueire, o Hospital Estadual da Criança já está mudando a vida de pacientes entre 0 e 19 anos de todo Rio de Janeiro. Foram feitas 60 consultas pré-operatórias, mais de 40 exames de raios-x, 15 de tomografia computadorizada, que levaram a onze procedimentos cirúrgicos, oito deles de ortopedia. E é só o começo. A unidade pediátrica pioneira do Governo do Estado tem capacidade para realizar 8.400 consultas ambulatoriais, 3.360 procedimentos cirúrgicos de alta complexidade, 2.400 quimioterapias e 450 transplantes por ano.
SAMUEL - Da fila aos campos de futebol - Os pais de Samuel de Oliveira, de 6 anos, estão felizes e ansiosos porque querem ver o filho livre da Doença de Blount (que afeta as tíbias, deixando a perna arcada). Nesta quinta-feira, foi realizada uma osteotomia na perna direita – uma cirurgia bastante complexa - para que o menino tenha maior qualidade durante a recuperação. Apesar de ter ainda o “segundo tempo” neste jogo (o procedimento ainda precisará ser feito na perna esquerda), o menino está feliz e não vê a hora de jogar bola sem sentir dores.
Pouco antes de entrar no centro cirúrgico, Samuel, que é vascaíno, não titubeou ao falar o que pretende fazer: “Vou jogar futebol”. O pequeno ainda quer usar as pernas para dirigir um táxi quando crescer. Samuel quer ser taxista.
Crédito: Maurício BazílioSamuel espalhou alegria no novo Hospital Estadual da Criança. O menino, morador de Bangu, não para e quem o olha fazendo amizades, distribuindo sorrisos, não imagina que desde pequeno enfrenta a doença de Blount. Samuel começou a fazer o tratamento com 2 anos de idade, no INTO, e há 3 anos aguardava por uma cirurgia.
EMILLY - Teletransporte: o caminho entre a fila e a vida feliz - A pequena Emilly Mendes, 10 anos, moradora de Vaz Lobo, já tem na ponta da língua as inúmeras brincadeiras que pretende participar após a recuperação da cirurgia de alinhamento da patela direita (osso do joelho). Entre os planos, está o que mais gosta de fazer: andar de patins. Agora sem sentir as dores que atrapalhavam seus passeios.
- Quero brincar de pique, sem correr pulando, andar de patins, sem precisar parar por causa da minha dor, e ainda fazer aulas de boxe – conta, feliz.
A felicidade da filha tem gosto de superação para a mamãe, Evelyn Mendes.
- Esperamos tanto tempo por esta cirurgia e chegamos ao término de uma etapa. Estamos confiantes de que, depois da recuperação, ela vai ganhar mais qualidade de vida. Tudo isso em apenas uma semana, depois de esperar quase 5 anos, me sinto honrada como mãe, em ver que o estado se preocupa com o bem estar de tantas crianças que esperam por uma cirurgia há tanto tempo - comemora Evelyn.
YURI - Recém-operado, sonha em ser médico - Quem olha assim para o pequeno Yuri Souza, de 6 anos, todo animado, brincando, não imagina que ele e a família enfrentaram algumas dificuldades por conta de um problema congênito no coração e uma paralisia do lado direito do corpo. Ele pisa na ponta do pé e, por isso, tem dificuldades de locomoção e precisava passar por cirurgia de correção para ajustar a deformidade em função do crescimento. Precisava! Yuri é uma das quatro crianças que foram as primeiras operadas no recém-inaugurado Hospital Estadual da Criança. Somando o tempo de espera na fila do INTO de cada um dos quatro, dava 15 anos. Já bem e desperto após o procedimento, é com muita alegria que Yuri fala sobre o que fará depois que sair do hospital: "Quero correr, jogar futebol e brincar de videogame todos os dias, mas quando crescer vou ser médico e ajudar muitas pessoas"
Unidade vai desafogar fila do INTO - 120 pacientes que estavam na fila do Instituto Nacional de Ortopedia e Traumatologia (INTO) foram selecionados para serem operados no Hospital Estadual da Criança. A ideia é que a unidade estadual ajude a desafogar o gargalo da enorme demanda concentrada no hospital federal. Esta semana, oito crianças passaram pelo centro cirúrgico do Hospital Estadual da Criança.
- O resultado não poderia ter sido melhor em todas as cirurgias. O Hospital tem uma estrutura ímpar, então facilita a pronta recuperação dos pacientes – disse o coordenador da equipe de ortopedia do Hospital Estadual da Criança, o médico Márcio Cunha
Crédito: Maurício Bazílio Transplante de rim e fígado - A Secretaria de Estado de Saúde optou por incluir o serviço de transplante de rim e fígado no novo Hospital Estadual da Criança depois que o Hospital Federal de Bonsucesso interrompeu o serviço. Desta forma, a nova unidade se soma ao Centro Estadual de Transplantes - inaugurado em fevereiro na Tijuca - como mais uma opção para a realização de cirurgias. O Hospital da Criança tem capacidade para realizar até 20 transplantes de rim e 20 de fígado por mês. O serviço de transplante começa a operar em abril, após a abertura do processo de credenciamento da unidade no Sistema Nacional de Transplantes.
Sobre o Hospital Estadual da Criança – O Hospital Estadual da Criança é a primeira unidade do estado do Rio de Janeiro voltada para atendimento pediátrico. Realiza cirurgias de média e alta complexidade, além do tratamento do câncer. O Hospital atende crianças de 0 a 19 anos e conta com 58 leitos de enfermaria, 16 de UTI neonatal, 9 de UTI pediátrica e 8 poltronas de quimioterapia. Oferece exames de ultrassonografia, tomografia computadorizada, ecocardiografia e broncoscopia.
(Com informações da Ascom)