13 de junho de 2018
Opiáceos: aumento no uso de certos medicamentos aponta risco de dependência
Utilizados em especial para combater dores crônicas e debilitantes de pacientes com câncer ou lúpus, os opiáceos (ou opióides), também são encontrados diluídos na formulação química de medicamentos como os analgésicos (medicamentos que aliviam a dor), anestésicos (aqueles que reduzem ou eliminam a sensibilidade geral ou local) e até em xaropes para controlar a tosse, podendo ser usados para tratar dores de coluna, enxaqueca, dores nas articulações, dentre outras. O uso constante pode levar à dependência e o abuso desse tipo de drogas, à morte.
O uso crescente destes medicamentos a partir das prescrições médicas, no período de 2009 a 2015 no Brasil é o tema do artigo Rising trends of Prescription Opioid Sales in Contemporary Brazil, 2009-2015, escrito por Francisco Inácio Bastos, do Laboratório de Informação em Saúde (LIS) do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), e publicado no American Journal of Public Health (AJPH).
Segundo os dados da Agência Nacional de Saúde (Anvisa), expostos no artigo, o número de prescrições médicas de opiáceos vendidos nas farmácias em 2009 foi de 1.601.043 e em 2015, passou a 9.045.945, em números absolutos, representando um salto de 465%. O artigo mostra também que os produtos à base de codeína, para dores moderadas, foram de 95%, pulando de 1.584.372 prescrições para 8.872.501 receitas médicas, para o mesmo período.
Para o pesquisador, que também é um dos coordenadores da Pesquisa Nacional sobre o Uso de Crack, é necessário acompanhar o uso dos opiáceos e opióides que são vendidos pela internet e sem prescrição médica. Ele não acha que vá ser um problema a curto prazo, mas destaca que é preciso ficar alerta em relação à prescrição. Além disso, é preciso atenção, também, em relação à comercialização ilegal na internet.
Saiba mais no site do Icict/Fiocruz.