Fumar é o principal fator de risco para doenças e mortes evitáveis, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca). Agora, além de aumentar as chances de desenvolver câncer, hipertensão, problemas pulmonares e outras doenças crônicas, o hábito pode facilitar a contaminação pelo novo coronavírus. Este é o alerta do Dia Mundial Sem Tabaco, 31 de maio.

“Estamos diante de duas pandemias que, juntas, multiplicam os riscos à saúde: a de Covid-19 e a de tabagismo. Além de ser uma condição importante para complicações da Covid-19, o hábito de fumar aumenta o risco de contágio, pois proporciona constante contato dos dedos (e possivelmente cigarros contaminados) com os lábios, aumentando a possibilidade da transmissão do vírus para a boca. O risco é ainda maior quando tabagistas compartilham bocais para inalar fumaça, como no narguilé, ou utilizam dispositivos como os cigarros eletrônicos”, informa Eralda Ferreira da Silva, da Coordenação de Vigilância e Promoção da Saúde da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ).

Levantamento preliminar do Programa Estadual de Controle do Tabagismo, da SES-RJ, junto aos dados de notificações, internações, ocupação de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e óbitos de Covid-19 confirmam o tabagismo como importante fator de risco ao agravamento da doença provocada pelo novo coronavírus. “O tabagismo é informado como comorbidade com outros fatores de risco. Há uma maior prevalência da sobreposição com doença arterial coronariana e, em seguida, com diabetes”, aponta Eralda.

No intuito de reduzir o número de pessoas que fumam, o Programa Estadual de Controle do Tabagismo do Rio de Janeiro promove ações de prevenção e cessação do tabagismo, com ênfase no cuidado a quem deseja parar de fumar. O Programa está implantado em 71 municípios fluminenses e, em 2019, mais de 20 mil usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) realizaram tratamento para parar de fumar. “Este ano, em função da pandemia de novo coronavírus e do necessário isolamento social, orientamos os municípios a desenvolver ações virtuais, para evitar a aglomeração de pessoas”, conclui Eralda.

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