Quando se aproxima a hora do parto a gestante pode sentir a barriga endurecer e ter contrações que não duram muito tempo. Antes de sair para a maternidade, a recomendação é tomar um banho, repousar e observar se estas contrações se mantém e se são fortes e regulares.
Além destas contrações, que podem ser apenas um indício que o momento do nascimento se aproxima, dias antes do parto pode sair da vagina da gestante um muco grosso amarelado, com aspecto de clara de ovo, e com sinas de sangue (tampão mucoso). Este é mais um sinal de que o momento do bebê nascer está próximo.
Mas como, então, saber se são apenas sinais ou se o trabalho de parto, de fato, começou? Alguns sinais indicam o início do trabalho de parto. A barriga endurecer a cada 5 minutos, por 30 segundos ou mais, permanecendo assim por mais de uma hora é um deles. Outro é a perda de líquido pela vagina (líquido amniótico). Neste caso, mesmo sem contrações é preciso ir à maternidade e ser avaliada por um profissional.
As contrações do trabalho de parto são como uma massagem para estimular o bebê para a vida. Portanto, mesmo que o parto tenha que ser uma cesariana, é importante para a mãe e seu bebê passarem por isso. Para o bebê o trabalho de parto contribui para o amadurecimento dos pulmões e do sistema de defesa natural do organismo.
O trabalho de parto pode durar em média de 8 a 12 horas. Como o medo e o estresse podem prolongar esse período, tranquilidade e confiança são fundamentais. Não é fácil, até mesmo pela ansiedade, mas a gestante não deve se apavorar ao sentir os primeiros sintomas. Ela terá tempo de chegar à maternidade e ser examinada por um profissional de saúde.
Este profissional irá ouvir a história da gestação, dar informações sobre o parto, medir a barriga, observar a regularidade e duração das contrações, verificar a pressão arterial, escutar os batimentos cardíacos do bebê, fazer um toque vaginal para ver se já começou a dilatação do colo de seu útero para o bebê passar e confirmar se o trabalho de parto realmente começou. Também caberá ao profissional orientar sobre os próximos passos a serem seguidos na maternidade.
Para ter um bom parto, a gestante tem direito a um ambiente sossegado, privativo, arejado e sem ruídos, só para ela e seu acompanhante. Há, ainda, algumas coisas que ela mesma pode fazer para ajudar no trabalho de parto.
Caminhar e movimentar-se, por exemplo, pode diminuir o tempo do parto. Já tomar banho de chuveiro ou banheira ajuda a aliviar a dor, e beber água e respirar profundamente, no ritmo da contração, facilita a abertura e a saída do bebê.
A dor do parto varia de intensidade de mulher para mulher, mas se torna maior se ela está tensa e com medo. Por isso, a recomendação para a gestante é manter a serenidade e ter em mente que o parto é uma grande experiência para ela e para o bebê. Pode ser, inclusive, um momento de prazer pelo primeiro encontro com o filho ou a filha.
Este primeiro encontro, ainda no ambiente do parto, é muito importante. Se o bebê nascer bem, a mãe deve ser a primeira pessoa a pegá-lo e acariciá-lo. Este contato imediato, pele a pele, é necessário para a imunidade do bebê, para a sensação de segurança e de que ele é bem-vindo à vida. Um momento único na vida da mãe e do bebê.
O parto normal é a forma natural de um bebê nascer e traz inúmeros benefícios. Para a mãe, propicia uma recuperação mais rápida. Para o bebê, diminui as chances de ele nascer prematuro, já que é o trabalho de parto que sinaliza que o bebê está pronto para nascer.
Além disso, no parto normal há menos risco de complicações, como infecções e hemorragias. Também há estímulo à produção de leite, melhor estabelecimento de vínculo entre mãe e bebê, menor chance de desenvolver depressão puerperal e rápida recuperação do útero, que volta ao seu tamanho normal em um tempo mais curto. Mulheres que pretendem ter outros filhos contam com outra vantagem: menor risco de complicações na próxima gravidez.
Mas apesar dos benefícios do parto normal, algumas vezes a cesárea pode ser importante e necessária para salvar a vida da mãe e do bebê. Não deve ser, porém, uma opção e sim uma indicação. A cesariana é uma cirurgia de grande porte que pode apresentar riscos para a mulher e para o bebê se for realizada sem necessidade.
A presença de um acompanhante durante todo o período de internação é uma das várias recomendações feitas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para a humanização do parto e do nascimento, pois interfere de maneira positiva na evolução do parto, podendo diminuir o período de internação e de recuperação.
O direito à presença de um acompanhante de livre escolha durante o trabalho de parto, parto e pós-parto é garantido pela Lei nº 11.108, de 7 de abril de 2005, conhecida como Lei do Acompanhante. Este acompanhante deve ser quem a gestante desejar, alguém em quem ela confie e com quem se sinta à vontade, seja homem ou mulher.