PÓS-PARTO

O puerpério, ou pós-parto, é o período que se inicia após a dequitação (saída da placenta) e termina com a primeira ovulação da mulher. A primeira ovulação nas mulheres que não amamentam ocorre entre 6 e 8 semanas após o nascimento do bebê. Nas mulheres que amamentam isso pode acontecer depois de 6 a 8 meses.

Esse é um momento de mudanças físicas, fisiológicas e psíquicas. Como o período em que a primeira ovulação acontece é imprevisível, se a mãe não quiser ficar grávida é essencial que use algum método contraceptivo para não correr riscos. Para saber e decidir-se pelo melhor método, converse com seu médico.

O pós-parto

Após o parto, não é só o bebê que precisa de cuidados, a mãe também. As recomendações variam de acordo com o tipo de parto.

Nos casos de parto normal, se houve corte próximo à vagina (episiotomia), a cicatriz deve ser mantida bem limpa. Para isso é preciso lavá-la com sabonete durante o banho ou após fazer as necessidades, secando bem o local após a limpeza. A região está cicatrizando e pode ficar dolorida, mas a mãe não deve se preocupar, os pontos vão cair sozinhos.

Em caso de parto cesáreo, também é preciso manter a cicatriz bem limpa, lavando com sabonete durante o banho e secando-a bem. Mas, neste caso, os pontos deverão ser

retirados, de 8 a 10 dias, na Unidade de Saúde. Como o útero estará voltando ao tamanho normal, é comum ter cólicas, que, às vezes, aumentam durante a amamentação.

As mulheres que passam por uma cesárea podem perceber, mais ou menos por um mês, uma secreção que sai pela vagina. No início como um sangramento e depois vai diminuindo e clareando. Isso não é motivo de preocupação, mas se a mulher tiver dor na parte de baixo da barriga, sangramento vaginal com cheiro desagradável e febre deve procurar rapidamente uma Unidade de Saúde.

Cuidados com o bebê

A chegada do bebê muda a rotina e mexe com as emoções não só da mãe, como de todos que vivem próximo. Será necessário ter paciência e se adaptar à nova rotina. Para a mãe, uma recomendação importante é descansar sempre que o bebê estiver dormindo. Nos primeiros dias de vida as crianças trocam o dia pela noite.

A mãe e o bebê devem retornar à Unidade de Saúde na primeira semana após o parto. Isto é importante para:

  • Saber como está a saúde da mãe e do bebê.
  • Avaliar a amamentação e o sangramento vaginal.
  • Observar a cicatrização e retirar pontos, se necessário.
  • Examinar o bebê, vacinar e realizar o Teste do Pezinho.
  • Tirar dúvidas da mãe e de família sobre qualquer questão em relação à saúde dela e do bebê.
  • Discutir sobre os métodos anticoncepcionais.

Outra dica é deixar que o pai/companheiro, os avós, as tias e outras pessoas próximas ajudem no cuidado com o bebê e nas atividades domésticas. Mas, atenção, sempre que você ou outra pessoa for pegar o bebê, deve antes lavar as mãos com água e sabão. Para cicatrizar o umbigo use apenas álcool 70%.

Amamentação

O leite materno é forte, nutritivo e protege contra várias doenças, alergias, asma, desnutrição e problemas respiratórios e dentários. Mas com a amamentação a mãe, além de alimentar o bebê, transmite amor, carinho e segurança, importantíssimos para o desenvolvimento dele.

Quanto mais o bebê mamar, mais leite a mãe terá. Uma recomendação é não definir horário ou tempo certo para cada mamada. O bebê sabe quando e quanto necessita mamar. Por isso, a mãe deve deixá-lo mamar até esvaziar uma mama, antes de passar para a outra. Caso não esvazie um peito em uma mamada, deve retornar ao mesmo na mamada seguinte. Amamentando o bebê toda vez que ele tiver fome, não haverá necessidade de dar a ele chá, suco, água ou outro leite nos primeiros seis meses de vida.

No início amamentar pode parecer difícil, mas algumas dicas podem ajudar a mãe a fazer deste momento uma parte prazerosa da rotina de cuidados com o bebê. Para começar, o bebê deve pegar bem o peito, abocanhando a aréola (parte escura em volta do bico). Não dê chupetas para seu bebê, pois pode atrapalhar a pega e a sucção do leite.

Na hora de amamentar, procure um lugar tranquilo e evite ambientes com muita gente e barulho. É importante uma alimentação saudável e variada e beber muita água. Alimente-se 5 ou 6 vezes por dia. Evite alimentos gordurosos, café, chá preto, refrigerantes, chocolate e produtos com corantes e adoçantes, e comidas muito temperadas. Observe se algum alimento provocou cólicas no bebê. Evite bebidas alcoólicas, cigarro e outras drogas.

É preciso, também, alguns cuidados com a mama. O peito deve ser lavado apenas com água, não se deve passar sabonete nem pomada nas mamas. A mãe deve estar sempre com o sutiã seco. Em caso de rachaduras nos mamilos, deve observar se a pega está correta e tente mudar a posição de o bebê mamar.

É bom tomar sol nas mamas de manhã ou à tarde. Em caso de mamas muito cheias ou endurecidas, é necessário retirar o excesso de leite. As mulheres que produzem mais leite que seus bebês mamam podem ser doadoras de leite materno. Para isso, deve verificar se na Unidade de Saúde há posto de coleta ou se há um banco de leite perto de casa.

Vantagens da amamentação para a mãe
A amamentação é boa para o bebê e também para a mãe. Amamentando a mulher reduz o risco de hemorragia e anemia após o parto e o risco de câncer de mama no futuro. Além disso, a amamentação ajuda o útero a voltar ao tamanho normal mais rapidamente e também a redução mais rápida do peso.
Higiene bucal do bebê
A amamentação natural nos primeiros meses de vida é a ideal. O uso de mamadeiras, além de aumentar a frequência de ingestão de líquidos açucarados, favorece o uso noturno, expondo os dentes ao desenvolvimento da doença cárie e de má oclusão (alterações na posição dos dentes e nos maxilares).
Para garantir a saúde bucal é importante realizar a limpeza da boca do bebê após cada mamada com a gaze ou a borda limpa de uma fralda de pano umedecida em água filtrada, enquanto os dentes não irromperem. A escovação esta indicada a partir da erupção do 1º dente decíduo e o uso do fio dental começa a partir da erupção dos dentes vizinhos.
Situações em que a amamentação não é recomendada
Mesmo sendo ideal, há algumas situações em que a amamentação natural não é recomendada. São situações específicas em que pode haver indicação médica para a substituição parcial ou total do leite materno. Nas seguintes situações o aleitamento materno não deve ser recomendado:
  • Mães infectadas pelo HIV.
  • Mães infectadas pelo HTLV1 e HTLV2.
  • Uso de medicamentos incompatíveis com a amamentação. Alguns remédios são contraindicações absolutas ou relativas ao aleitamento, como, por exemplo, remédios para pacientes que tenham câncer.
Em outras situações, recomenda-se a interrupção temporária da amamentação:
  • Infecção herpética, quando há vesículas localizadas na pele da mama. A amamentação deve ser mantida na mama sadia.
  • Varicela – se a mãe apresentar vesículas na pele cinco dias antes do parto ou até dois dias após o parto, recomenda-se o isolamento da mãe até que as lesões adquiram a forma de crosta.
  • Doença de Chagas, na fase aguda da doença ou quando houver sangramento mamilar evidente.
  • Abscesso mamário, até que o abscesso tenha sido drenado e a antibioticoterapia iniciada. A amamentação deve ser mantida na mama sadia.
  • Consumo de drogas de abuso – recomenda-se interrupção temporária do aleitamento materno, com ordenha do leite, que deve ser desprezado. O tempo recomendado de interrupção da amamentação varia dependendo da droga.
Algumas vezes a recomendação de não amamentação ocorre por algum problema com o bebê, é o que acontece quando ele é portador de galactosemia, doença rara em que ela não pode ingerir (ou beber) leite humano ou qualquer outro que contenha lactose (açúcar do leite).
Planejamento familiar

Após o parto, as relações sexuais deverão aguardar, em média, 40 dias, tempo para o organismo da mulher se recuperar. Independentemente do tipo de parto, é comum a vagina ficar ressecada e poderá haver certo desconforto na relação sexual. Mas esta situação é passageira. Converse com seu médico e tire suas dúvidas.

Logo tudo voltará ao normal e, portanto, é preciso pensar no planejamento familiar. Existem muitos métodos de evitar filhos, sendo alguns mais indicados durante o período de amamentação. É direito das mulheres e dos homens conhecerem todos os métodos e suas indicações para uma escolha mais apropriada.

O método escolhido (DIU, pílula, camisinha, diafragma, injeção) deverá ser disponibilizado pelo SUS. No caso do método definitivo para a mulher (laqueadura), é preciso ter, no mínimo, dois filhos ou mais de 25 anos e esperar pelo menos 2 meses após o parto. A cirurgia do homem, vasectomia, também é um direito garantido pelo SUS. Mas é importante lembrar que a escolha de um método definitivo deve ser uma decisão muito amadurecida, discutida entre o casal, pois é irreversível.

Secretaria Estadual de Saúde
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